Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), encomendada pelo Sistema Sebrae, apontou o crescimento da participação das Micro e Pequenas Empresas (MPE) na construção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que reúne a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região. Utilizando os dados concretos do triênio 2009-2011, as nove milhões de MPE em todo o país representaram 27% do PIB brasileiro, mais da metade dos empregos formais e uma contribuição estimada em R$ 599 bilhões à economia nacional.
A evolução do pequeno negócio na economia é nítida quando se comparam dados de pesquisas anteriores: em 1985, a contribuição das MPE para o PIB brasileiro era de 21%, subindo pouco mais que 23%, em 2001, até alcançar os 27% revelados na pesquisa atual – ou seja, mais de um quarto de toda riqueza produzida no Brasil.
“As Micro e Pequenas Empresas já são as principais geradoras de riqueza no comércio no Brasil (53,4% do PIB desse setor). No PIB da indústria, a participação das micro e pequenas (22,5%) já se aproxima das médias empresas (24,5%). E no setor de serviços, mais de um terço da produção nacional (36,3%) tem origem nos pequenos negócios”, diz a apresentação do estudo, escrita pelo diretor presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto.
O comércio varejista e a prestação de serviços foram os setores em que houve mais atuação das MPE – a atividade de indústria estabeleceu-se entre as empresas de médio e grande porte, que se beneficiam da economia de escala –, repercutindo nos dados sobre empregos formais. Em 2011, 44% das vagas de trabalho em serviços e, aproximadamente, 70% dos empregos gerados no comércio estavam nas Micro e Pequenas Empresas.
No período de 2009 a 2011, o valor agregado das MPE na economia nacional cresceu de R$ 445 bilhões para R$ 599 bilhões. Estima-se que, nos anos de 2012 e 2013, esses valores tenham sido, respectivamente, de R$ 631 bilhões e R$ 696 bilhões, um crescimento médio anual de 11% a valores nominais.
Setor a setor
A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicou que a importância das Micro e Pequenas Empresas no período levantado (2009 a 2011) foi realçada em todas as dimensões e em todas as atividades.
No setor de serviços, as MPE geraram 36,3% do total do valor adicionado do setor; representavam 98,1% do número de empresas; empregaram 43,5% dos trabalhadores e pagaram 27,8% das remunerações de empregados no período.
No setor de comércio, corresponderam a 53,4% do total do valor adicionado do setor; representavam 99,2% do número de empresas; empregaram 69,5% do pessoal do setor e foram responsáveis por 49,7% das remunerações.
No setor industrial, as MPE geraram 22,5% do valor adicionado do setor, representando 95,5% do número de empresas, 42% do pessoal empregado no setor e 25,7% das remunerações do período.
Mais uma vez, quando comparados os dados das pesquisas anteriores, percebe-se o fortalecimento das Micro e Pequenas Empresas e sua participação na construção do PIB brasileiro em cada setor da economia.
Dados das pesquisas anteriores |
Em Alagoas
A economia e a oferta de crédito também ajudaram no desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas, ao lado do suporte gerencial oferecido pelo Sebrae e parceiros, amadurecendo a gestão e o planejamento dos negócios. “O crescimento das MPE é um dos objetivos do trabalho do Sebrae para que elas contribuam cada vez mais com o PIB nacional. Isso é importante porque é o pequeno negócio da rua, do bairro, gerando riqueza na cidade e até alcançando o mercado regional, em alguns casos. Isso democratiza, diversifica e fortalece a economia“, defendeu Ronaldo Moraes.
Como exemplo, o diretor cita o contexto das MPE em Alagoas. “Há oito anos, tínhamos no estado oito mil empresas optantes pelo Simples Nacional. Hoje, estamos com cerca de 92 mil MPE, das quais 50% são Microempreendedores Individuais (MEI). Essa é uma modalidade em que os rendimentos vão até R$ 5 mil por mês e os empresários podem contar com um funcionário. Ou seja, é muita gente saindo da informalidade, tendo acesso a linhas de crédito, fazendo o dinheiro circular, movimentando a economia e gerando novas oportunidades de negócios no nosso estado”, disse Moraes.
Mas o desafio não para: com a mudança na Lei do Super Simples, mais 400 mil novas MPE irão entrar no mercado em 2015, com a possibilidade da adesão dos profissionais liberais. “O nosso desafio continua e, agora, está direcionado em fidelizar esse cliente que vem em busca de orientação, focando na qualidade do atendimento e do acompanhamento. Estamos ampliando e investindo na estrutura para atender esse empreendedor, seja pessoalmente, via telefone ou pela internet – estamos com o atendimento via videoconferência em fase de testes. Atualmente, o Sebrae em Alagoas tem um patamar que chega a 31 mil empresas atendidas a cada ano, com uma rede de apoio estabelecida”, completou o diretor técnico.
Metodologia
Incluídas na denominação MPE, foram examinadas nessa pesquisa as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) dos setores de: serviço, comércio, indústria extrativa mineral, indústria de transformação e indústria de construção. As principais variáveis geradas para o estudo, classificadas por porte das firmas, foram o número de empresas, pessoal ocupado, gastos com pessoal e valor adicionado.
Os critérios de classificação de cada uma delas obedeceram à Lei nº 123/2006, a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que considera a receita bruta anual – até R$ 360 mil para Microempresas e entre R$ 360.000,01 e R$ 3.600.000,00 para Empresas de Pequeno Porte (EPP). O conceito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) quanto ao número de empregados também foi considerado: até nove empregados nas ME de comércio e serviços e de 10 a 49 para as EPP dos mesmos setores.
Fonte: http://www.al.agenciasebrae.com.br/sites/asn/Noticias
Nenhum comentário:
Postar um comentário